E.E "Pedro de Mello" Filosofia - Professor Ednilson

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

TEXTOS PARA O SEGUNDO ANO


PRIMEIRO  TEXTO 

SIGMUND FREUD E A PSICANÁLISE -CONCEITOS PRINCIPAIS


 O trabalho de Sigmund Freud, nascido das disciplinas especializadas de Neurologia e Psiquiatria, propõe uma concepção de personalidade que surtiu efeitos importantes na cultura ocidental. Sua visão da condição humana, atacando violentamente as opiniões prevalecentes de sua época, oferece um modo complexo e atraente de perceber o desenvolvimento normal e anormal. Freud explorou áreas da psique que eram discretamente obscurecidas pela moral e filosofia vitorianas(HISTÓRIA relativo à época da rainha Vitória da Inglaterra, 1840-1901)Descobriu novas abordagens para o tratamento da doença mental. Seu trabalho contestou tabus culturais, religiosos, sociais e científicos. Seus escritos, sua personalidade e sua determinação em ampliar os limites de seu trabalho fizeram dele o centro de um círculo de amigos e críticos em constante mudança. Sigmund Freud, pelo poder de sua obra, pela amplitude e audácia de suas especulações, revolucionou o pensamento, as vidas e a imaginação de uma era. Seria difícil encontrar na história das idéias, alguém cuja influência fosse tão imediata, tão vasta e tão profunda.

Psicanálise - Disciplina criada por Freud que consiste em um método par investigação dos processos mentais, um método de tratamento das desordens psíquicas e um corpo e teorias que tenta sistematizar os dados introduzidos pelos métodos psicanalíticos mencionados acima.
A técnica psicanalítica de tratamento consiste basicamente em levar o paciente a associar livremente, isto é, exprimir indiscriminadamente todos os pensamentos que lhe ocorrem sem preocupação de dar-lhes sentido ou coerência; interpretar tanto as associações como os obstáculos que encontra ao associar ajudando assim o paciente a eliminar as resistências que o impedem de tomar contato com os conflitos inconscientes; e interpretar seus sentimentos e atitudes em relação ao analista, pois o paciente tende a repetir na relação terapêutica as modalidades de relacionamento que teve com seus progenitores durante a infância (ver transferência).
Em resumo, chamamos psicanálise o trabalho que ajuda o paciente a tornar conscientes suas experiências reprimidas, expondo assim suas motivações até então desconhecidas.
Determinismo Psíquico: Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre por acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem" ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar a descrever os elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro.

Aparelho Psíquico - Designa os modelos concebidos por Freud para explicar a organização e o funcionamento da mente. Para isso ele propôs algumas hipóteses entre as quais as mais conhecidas são: a hipótese econômica que concerne essencialmente á quantidade e movimento da energia na atividade psíquica; a hipótese topográfica que tenta localizar a atividade mental em alguma parte do aparelho, que ele divide em: consciente, pré-consciente e inconsciente; e a hipótese estrutural na qual ele divide a mente em três instâncias funcionais: Id, ego e superego, atribuindo a cada uma delas uma função específica.

Consciente, Pré-Consciente, Inconsciente
Consciente: O consciente é somente uma pequena parte da mente, inclui tudo do que estamos cientes em um dado momento. Embora Freud estivesse interessado nos mecanismos da consciência, seu interesse era muito maior com relação às áreas da consiência menos expostas e exploradas, que ele denominava pré-consciente e inconsciente.
Inconsciente - É possivelmente o conceito mais fundamental da teoria freudiana. Em seu trabalho Freud demonstrou que o conteúdo da mente não se reduz ao consciente, mas que pelo contrário a maior parte da vida psíquica se desenrola em nível inconsciente. Ali se encontram principalmente idéias (representações de impulsos) reprimidas, às quais é negado o acesso à consciência mas que têm grande influência na vida consciente. Estas idéias reprimidas aparecem de forma disfarçada nos sonhos e nos sintomas neuróticos principalmente e é através do seu conhecimento que podemos chegar até o conflito neurótico durante um processo terapêutico geralmente. O inconsciente é uma das entidades do 1º modelo da mente criado por Freud (ver aparelho psíquico).
Pre-Consciente - Refere-se aos pensamentos que não são conscientes num dado momento mas que podem chegar espontaneamente à consciência ou por evocação do próprio indivíduo. Diferem dos pensamentos inconscientes que por terem sido reprimidos não têm acesso à consciência a não ser em circunstâncias muito especiais.
Como substantivo refere-se a um sistema do aparelho psíquico, concebido por Freud (ver aparelho psíquico).

Psicoterapia - Termo comumente usado para designar as formas de tratamento psicológico que se diferenciam da psicanálise, a qual é uma forma de terapia mais profunda, mais intensa e total que qualquer outra. A "psicoterapia de orientação psicanalítica" usa a teoria psicanalítica em combinação com outras técnicas. A psicoterapia pode ser individual ou em grupo, superficial ou profunda, de apoio ou sugestiva. Pode ter marcos referenciais teóricos os mais diversos, como vemos na gestalt, no psicodrama, na análise transacional etc. Considera-se que de modo geral seu trabalho é feito principalmente nos níveis mais conscientes da personalidade.

Complexo de Édipo - De acordo com Freud a criança entre 2 e 5 anos aproximadamente desenvolve intenso sentimento de amor pelo genitor do sexo oposto e grande hostilidade pelo do próprio sexo, a quem deseja eliminar como a um rival. Esses sentimentos geralmente são vividos com grande intensidade e ao mesmo tempo com grande ambivalência, pois embora odeie o genitor do mesmo sexo, que o impede de realizar seus desejos, também o ama por tudo de bom que ele representa. Surge então a culpa e o medo à retaliação (medo à castração). Esse conflito geralmente declina após a idade de 5 anos e reaparece com o advento da puberdade, sendo um dos fatores que contribuem para a crise da adolescência. De uma resolução satisfatória desse conflito depende uma boa estruturação da personalidade
Complexo de Castração - Ao perceber que há pessoas que não possuem pênis, o menino começa a temer a perda do seu próprio. Sente isso como uma ameaça paterna por suas atividades sexuais e seus desejos incestuosos. A menina sente a ausência de pênis como uma perda já consumada e procura de alguma forma compensá-la. A ansiedade de castração tem um lugar fundamental na evolução da sexualidade infantil dos dois sexos e aparece constantemente na experiência analítica subjacente às modalidades de relacionamento do indivíduo com seu mundo interno e externo.

Fases Psicossexuais do Desenvolvimento
Freud usa o termo fixação para descrever o que ocorre quando uma pessoa não progride normalmente de uma fase para outra, mas permanece muito envolvida em uma fase particular. Uma pessoa fixada em uma determinada fase preferirá satisfazer suas necessidades de forma mais simples ou infantil, ao invés dos modos mais adultos que resultariam de um desenvolvimento normal.
Fase Oral - corresponde ao 1º ano de vida de uma criança, onde seus contatos mais significativos são feitos através da boca. Além de sua função na alimentação, ela é também a sede principal dos prazeres eróticos da criança nessa fase. Podemos observar que uma criança inquieta pode se acalmar com uma chupeta porque a sucção produz uma satisfação erótica que alivia as sensações do organismo.
 Nessa fase a criança é essencialmente dependente e receptiva. A incorporação e o modelo básico de seu comportamento nas interações com o meio.
O relacionamento que estabelece com a mãe nesse período da vida vai ter uma importância fundamental na forma que a criança vai configurar o mundo e se relacionar em seu ambiente. Uma boa mãe saberá dosar bem a satisfação das necessidades de seu bebê e as restrições, o que estabelecerá uma base de confiança nos futuros relacionamentos.
Distúrbios no desenvolvimento desta fase geralmente se evidenciam mais tarde por traços de dependência excessiva de outras pessoas, de alimentos (obesidade), de álcool (alcoolismo) ou de qualquer outra coisa.
Fase Anal - É a Segunda do desenvolvimento libidinal (ver libido), e está situada entre um e três anos de idade. Nesta fase os interesses da criança se organizam predominantemente em torno da função anal, pelo prazer que sente na expulsão e retenção das fezes, que ela agora consegue controlar através de um crescente domínio muscular. Esse controle tem também conseqüências importantes no relacionamento interpessoal com o meio ambiente. A criança agora é capaz de dar e negar (as fezes) de colocar esse controle a serviço as expectativas do meio ou de sua necessidade e prazer. As atitudes que se formam nessas interações com o meio vão estabelecer em grande parte as bases de seus futuros relacionamentos.
Fase Fálica - Nesta fase que vai de 3 a 5 anos aproximadamente, a libido concentra-se nos órgãos genitais que se tornam a zona erógena predominante. Os conflitos dessa fase estão ligados aoComplexo de Édipo, com o surgimento de desejos incestuosos e seu conseqüente temor à castração. Oscila o seu comportamento entre a iniciativa e a culpa.
Fase de Latência - Inicia-se por volta dos 5 anos e se estende até o início da puberdade. Caracteriza-se principalmente pelo declínio dos interesses sexuais, que segundo a teoria psicanalítica são reprimidos e só aparecem na adolescência. Nessa fase tendo superado em parte os conflitos do Complexo de Édipo, amplia seu ambiente social procurando estabelecer novos contatos, assim como se dedica a adquirir novas habilidades na aprendizagem escolar, nos esportes etc..
Fase Genital: A fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o início da puberdade e o conseqüente retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. Neste momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.
Fixação - Processo pelo qual o indivíduo permanece vinculado a modos de satisfação ou padrões de comportamento característicos de uma fase anterior de seu desenvolvimento libidinal (ver libido). A fixação pode ser também a pessoas significativas da infância. Assim encontramos expressões freqüentemente usadas na psicanálise como fixação oral, fixação anal, fixação maternal, fixação paternal. Chamamos pontos de fixação àqueles momentos do desenvolvimento libidinal que foram perturbados e dos quais o indivíduo permanece fixado ou dos quais regride em estado de tensão.

Estrutura da Personalidade: Freud ordenou três componentes básicos estruturais da psique: o id, o ego e o superego.
Id - Uma das instâncias da teoria estrutural (id, ego, superego) do aparelho psíquico. O Id que opera em nível inconsciente contém os impulsos instintivos que se originam na organização somática e ganham aqui expressão psíquica e também idéias e recordações que por serem insuportáveis ao indivíduo foram reprimidas. É considerado como um reservatório de energia, com a qual alimenta também as outras instâncias (ego e superego). Porém, não possui uma organização comparável à do ego, pois é regido pelo Princípio do Prazer, que busca sempre a satisfação, ignorando as diferenças e contradições e sem a capacidade de considerar espaço e tempo. Sua interação com as outras instâncias é geralmente conflituosa pois o ego sob os imperativos do superego e as exigências da realidade tem que avaliar e controlar os impulsos provindos do Id, permitindo sua satisfação, adiando-a ou inibindo-a totalmente.
Ego - É uma das três instâncias (id, ego e superego) que Freud concebeu em um de seus modelos para explicar o funcionamento da mente humana (ver aparelho psíquico). O ego é a parte organizada desse sistema que entra em contato direto com a realidade externa e através de suas funções tem capacidade de atuar sobre esta numa tentativa de adaptação. Por isso, estão sob o domínio do ego as percepções sensoriais, os controles e habilidades para atuar sobre o ambiente, a capacidade de lembrar, comparar e pensar. No âmbito de sua relações com as outras duas instâncias do sistema e o egoassume o papel de mediador e integrador dos impulsos instintivos do id (ver id) e as exigências do superego (ver superego), para adaptá-los à realidade externa.
Superego - Uma das três instâncias da personalidade, que Freud concebeu em um dos modelos do aparelho psíquico (ver aparelho psíquico). O superego é formado a partir das identificações com os genitores, dos quais ele assimila as ordens e proibições. Assume então o papel de juiz e vigilante, formando uma espécie de auto-consciência moral Os mandatos do superego incluem muitos elementos inconscientes que derivam do passado do indivíduo e que podem entrar em conflito com seus valores atuais.
Com relação as outras instâncias, ele é o controlador por excelência dos impulsos do id e age como colaborador nas funções do ego, mas muitas vezes ele se torna extremamente severo anulando as possibilidades de satisfação instintiva e a capacidade de livre escolha do ego.

Objeto - Na teoria psicanalítica significa aquilo através do que um impulso instintivo pode obter satisfação. Pode ser uma pessoa em sua totalidade ou parte dessa pessoa (como o seio para o bebê)., pode ser uma entidade ou um ideal. Os objetos podem ser reais ou imaginados.
Libido - É a energia inerente aos movimentos e transformações dos impulsos sexuais. Ela é a contrapartida psíquica da excitação sexual somática. É uma palavra latina que significa desejo, vontade.
Defesa - É o conjunto de manobras inconscientes (mecanismos de defesa) que o ego se utiliza para evita ameaças à sua própria integridade. Essas ameaças podem surgir pela intensificação dos impulsos instintivos que põem em perigo o equilíbrio do ego, que tem como função harmonizar esse impulsos com os imperativos do superego ("consciência moral") e às exigências da realidade externa.
Identificação - Processo pelo qual o indivíduo se torna idêntico a outro pela assimilação de traços ou atributos daquele que lhe serve de modelo. Nesse processo o indivíduo, tanto pode assimilar aspectos de outra pessoa como também pode, identificar em outros aspectos seus. É através das identificações que desde o princípio a personalidade se forma e se diferencia.
Projeção - Processo defensivo (ver defesa) no qual o indivíduo atribui a outro (pessoa ou coisa) sentimentos e desejos que seria penoso admitir como seus próprios.
Racionalização - Processo defensivo (ver defesa) no qual o indivíduo procura justificar suas ações de forma coerente desconhecendo entretanto suas motivações inconscientes.
Repressão - Mecanismo de defesa do ego (ver defesa)., pelo qual as representações de impulsos que podem produzir angústia são mantidas recalcadas no inconsciente.
Sublimação - Processo pelo qual a energia dos instintos sexuais é deslocada para atividades ou realizações de valor social ou cultural, como as atividades artísticas ou intelectuais.





SEGUNDO TEXTO





A Indústria Cultural


                O conceito de Indústria Cultural foi cunhado por Theodor Adorno, em parceria com Max Horkheimer, na obra “Dialética do esclarecimento” (1947). Os dois pertenciam ao movimento filosófico conhecido como Escola de Frankfurt.
                Adorno (11 de setembro de 1903, em Frankfurt – 6 de agosto de 1969 em Visp). Foi filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão.
                Horkheimer (14 de fevereiro de 1895, em Stuttgard – 7 de julho de 1973, em Nuremberg). Foi filósofo e sociólogo.

Escola de Frankfurt

Escola de Frankfurt foi o nome dado ao grupo de pensadores, filósofos e cientistas sociais alemães que se dedicaram aos estudos de variados temas que compreendiam desde os processos civilizadores modernos e o destino do ser humano na era da técnica (ou tecnologia) até a política, a arte, a música, a literatura e o cotidiano. Dentro desses temas, chamaram à atenção para a extrema importância da mídia (meios de comunicação) como fomentador da cultura de mercado e formadora do modo de vida contemporâneo. Dentre os grandes pensadores desta Escola, podemos citar Theodor Adorno, Max Horkheimer, Hebert Marcuse, Erich Fromm e Walter Benjamin. Destacamos os dois primeiros, Adorno e Horkheimer, criadores de um conceito base para os estudos culturais: a indústria cultural.
Adorno e Horkheimer no livro Dialética do Iluminismo apontaram um novo conceito com relação à cultura e a massificação da cultura. Na visão deles a “cultura para a massa” não passava de uma simples industrialização da cultura, ou seja, haveria o uso da racionalidade técnica (a tecnologia) a serviço da dominação ideológica. Apontavam, assim, o conceito de Indústria Cultural, que seria, portanto, um mecanismo de massificação da opinião, dos gostos e da necessidade de consumo. Na Indústria Cultural tudo passa a ser um produto de mercado (inclusive o ser humano [reificação, a coisificação do homem]), a verdadeira preocupação não é transmitir informações ou conhecimento, mas sim vender, cada vez mais, produtos e idéias homogeneizadas, a fim de se obter o lucro acima de (quase) tudo.

A cultura sob as regras da Indústria Cultural passa a ser apenas mercadoria, um produto a ser vendido e explorado comercialmente. A arte, a música, a literatura se transformam em meros produtos com o objetivo de serem difundidos comercialmente e vendidos como se fossem um pacote de feijão em uma prateleira de supermercado. Perde-se o valor e a essência da criação cultural, isto não é o mais importante. O que realmente importa é enlatar, rotular e vender o "produto" em um grande centro de compras.

Dentro da Indústria Cultural, para que o mercado atinja o seu principal objetivo (o lucro), existe uma peça fundamental a ser explorada: a alienação do povo. É da alienação que se aproveita a Industria Cultural para massificar os seus produtos. Ao massificar e homogeneizar gostos e necessidades de consumo, o mercado aprofunda a alienação, ao alimentar-se e alimentá-la em uma troca bilateral e mútua. A passividade e o conformismo são frutos desta alienação. 

Como diz o professor Francisco Rüdiger, os pensadores frankfurtianos criticavam a cultura de massa não porque ela é popular, mas sim porque esta cultura mantém as marcas da exploração e da dominação das massas, fato que ocorre desde as origens da história. E, como também diz o citado professor, os frankfurtianos não criticavam a tecnologia nem os avanços tecnológicos, mas sim o seu emprego, ou seja, os objetivos por trás da utilização das novas tecnologias. Podemos afirmar, então, que a Indústria Cultural é opressora, determina até onde vai o livre arbítrio do indivíduo ao submetê-lo à dominação ideológica que coloca frente a frente: classes dominantes > classes populares. A cultura de massa é marca da imposição e exploração da dominação de classes.


Principais conceitos:

Indústria Cultural: Esse termo foi criado por Adorno e Horkheimer com a finalidade de substituir a expressão “cultura de massas”, pois esta última sugere que se trata de uma cultura que brota das próprias massas, o que não condiz com a teoria por eles elaborada. Segundo Adorno, “Dela a indústria cultural se diferencia de modo mais extremo. Ela combina o consuetudinário (costumes locais) com uma nova qualidade. Em todos os seus setores são fabricados de modo mais ou menos planejado, produtos talhados para o consumo de massas e este consumo é determinado em grande medida por estes próprios produtos”(...) “Indústria cultural é a integração deliberada, pelo alto, de seus consumidores”(...) “As mercadorias culturais da indústria se orientam pelo princípio da sua valorização, e não pelo seu próprio conteúdo e da sua forma adequada. A práxis conjunta da indústria cultural transfere a motivação pelo lucro, tal qual as criações do espírito”.
=>“A expressão "indústria", contudo, não deve ser tomada ao pé da letra: ela se refere à estandardização (padronização para produção em massa) da própria coisa, por exemplo, à estandardização dos filmes western, familiares a todo freqüentador de sala de cinema, e a racionalização das técnicas de divulgação; não ao processo de produção no sentido estrito.”

Razão Instrumental - Horkheimer e Adorno fabricam o conceito de razão instrumental como elemento chave utilizado na sondagem da sociedade moderna. Para a Escola de Frankfurt a razão instrumental toma a realidade como objeto de estudo da ciência com o propósito de conduzir a um controle e a uma dominação técnica dos processos naturais. Esta situação se agrava quando a necessidade de controle passa a ser chefiada pelos interesses da atividade industrial capitalista.



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