E.E "Pedro de Mello" Filosofia - Professor Ednilson

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DESCULPE PELA DEMORA!! ESSES TEXTOS SERVEM PARA AS PROVAS DE TERCEIRO BIMESTRE


TEXTOS DO PRIMEIRO ANO 

TEXTO 1


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DA CULTURA – MITO E CULTURA
Um mito é uma narrativa que trata de algo sem necessariamente submeter-se às formas lógicas, como nas ciências. Em geral, os mitos estão envolvidos com a religião dos povos e com as crenças das pessoas. Para encerrar este momento, você pode perguntar aos alunos se eles conhecem algum mito. Ernest Cassirer, no livro A filosofia das formas simbólicas, desenvolve profunda reflexão sobre os mitos. Para ele, o mito seria a primeira forma de interpretação do mundo, o que deu lugar, depois, à religião, sem que esta lhe seja superior. Todo o contato do homem com a natureza e com os outros homens é realizado por meio de símbolos. O homem toca o mundo pelos signos, ele os inventa e deles tira o sentido das coisas. Desde os primórdios da história, o homem acredita e representa suas crenças e suas visões do mundo. Os símbolos são a forma que o homem usa para representar sua vida. Os símbolos são partilhados por várias pessoas, mas também podem ser muito pessoais, acontecendo o mesmo com os significados. Lembre-se de que o signo é a representação dos sentidos de algo: pode ser uma imagem, um som, um cheiro, um sabor, um gesto, uma temperatura, uma dança. O significado é o “conteúdo” desse signo, a ideia que está por trás daquilo que se apresenta para as pessoas ou para si mesmo.
Escrever e refletir – dos mitos à cultura
Cultura versus natureza Quando falamos a palavra “cultura”, podemos pensar em duas possibilidades. Uma na qual essa palavra é entendida como acúmulo de conhecimentos e outra na qual a palavra “cultura” é entendida como ação dos homens sobre a natureza por meio do trabalho. O conceito de cultura é derivado da natureza, em especial do ato de cultivar uma lavoura. Por isso, a cultura tem seu início absolutamente material, passando, mais tarde, a ser entendida como atividade do espírito, principalmente como atividade dos homens urbanos, não mais do meio rural. O indivíduo culto não é mais o lavrador, e sim o estudioso da cidade. Nessa concepção mais tradicional de cultura, ela aparece como relação do homem com a natureza – a cultura pertence ao mundo dos homens e é a sua forma de vencer os descaminhos e os sofrimentos causados pela natureza; a cultura está no mundo do espírito humano e deve, por seu turno, colonizar quem está próximo à natureza e distante do mundo intelectual.
Liberdade e Determinismo
Se retomarmos a questão posta à lousa, temos aqui uma importante reflexão. Quem nos governa, a natureza ou nossas ideias? Nosso corpo ou nosso pensamento? Dessa maneira, a cultura pode significar o uso da liberdade, enquanto a natureza pode significar o determinismo biológico. Ao imaginar, sonhar, planejar, escrever, trabalhar, conduzir, governar, rezar ou se divertir, o homem exerce sua liberdade, enfrenta os sofrimentos causados pela natureza, prevê condições de alívio e consola-se diante do inevitável ou das suas derrotas. O homem percebe seu lugar de origem, sua identidade e, ao mesmo tempo, compreende que pode mudar e ter suas raízes autotransportadas. A natureza estaria apenas posta diante dos homens, exigindo deles não mais que uma vida animal, submetendo-os aos destinos dos que não pensam antes de agir, dos que não imaginam nem planejam uma vida mais significativa. A natureza impõe o corpo, a fome, o impulso sexual, a necessidade de saciar a sede, a doença, o cansaço, o calor e o frio. Com a natureza, o destino do homem está traçado. Um destino nada significativo, assim como a vida e a morte de qualquer animal.
A cultura em transição com a natureza
Um dos atos culturais por excelência é a arte. Seria possível imaginá-la sem a natureza? Um escultor sem a pedra ou o metal? Segundo essa concepção, natureza e cultura estão em acordo recíproco. Por isso, o homem não é fruto determinado de seu ambiente; ele é livre, mas é intimamente influenciado pela natureza. Voltando ao exemplo
da arte, por mais livre que seja um pintor, ele estará, ao mesmo tempo, limitado e inspirado por seus instrumentos  Assim, convém relativizar a ideia naturalista, que afirma ser a cultura uma expressão da natureza e sua determinação, o que devemos fazer também com o idealismo, pois as ideias estão associadas diretamente ao ambiente das pessoas. O fazer e o natural estão, portanto, indissociavelmente ligados.
A cultura é uma construção de si mesmo
Quando pensamos que a cultura constrói cada um de nós, o nosso eu, podemos supor uma divisão em nós: o eu inferior e o eu superior. Nessa relação, a natureza estaria no eu inferior, como desejo e paixão, e a cultura estaria no eu superior, como vontade e razão. Desse modo, a natureza não estaria apenas em nosso corpo ou em nosso entorno. Ela está no mais íntimo de cada um de nós. Mesmo assim, a natureza não seria capaz de nos saciar, porque não poderíamos viver apenas de desejos e porque, se isso fosse possível, não precisaríamos de cultura. A cultura é uma necessidade física e subjetiva de cada um de nós. Por essa ideia de cultura, podemos entender que somos capazes de nos inventar, já que estamos sempre nos fazendo. Assim, por exemplo, uma pessoa culta é aquela pessoa que inventou um ser para si. Por exemplo, se alguém quiser ser roqueiro, o que deve fazer? No mínimo, deve aprender a escutar rock Do mesmo modo, qualquer um de nós pode se inventar. Caso não nos inventemos, estaremos determinados pelo mundo que nos rodeia. Podemos ser pessoas pacientes, agradáveis, chatas; enfim, tudo é questão de escolha e atividade cultural. Mas nem sempre se inventar é fácil. Somos uma espécie de planta que precisa ser cultivada por nós mesmos.
Cultura e Estado
Com certeza, não é partindo do nada que imaginamos o que queremos ser ou nos tornar. Por isso, precisamos da ajuda ou do exemplo dos outros. Ora, o Estado brasileiro tem o dever de ajudar as pessoas a se formar como cidadãos, É preciso considerar outros campos de atuação estatal como políticas educacionais e os incentivos artísticos e culturais. Nessa concepção, a cultura é o que está entre a maquinaria do Estado e a sociedade civil, criando tensões e, ao mesmo tempo, produzindo unidades entre um e outro. Do ponto de vista do Estado, a cultura deve ser civilizadora, isto é, deve fazer com que as pessoas se tornem mais sociáveis.
Conceito de cultura
Em geral, podemos dizer que a cultura é a ação dos homens com ou sobre a natureza, por meio da objetivação da consciência (Hegel), pelo trabalho em sociedade (Marx), pela instituição de símbolos (Cassirer), por uma lei simbólica (Lévi-Strauss), por meio do contrato social (Rousseau), por meio da educação (Cícero). Em síntese, essa ação produz técnicas, valores, conhecimentos, ideias, religiões, artes e tudo o que circunscreve o mundo humano.

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR- A CULTURA: CONCEITO
A cultura engloba-se dentro dos elementos ambientais que influenciam todo um colectivo de consumidores. Para comercializar com êxito um produto é necessário compreender os factores culturais que afectam o processo, já que a conduta de compra das pessoas é influenciada pelos valores culturais que inter-actuam com as necessidades emocionais, isto é, os indivíduos realizam as compras no ambiente social da sua cultura. A cultura é um todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, leis, moral, costumes e qualquer outro tipo de capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. A forma característica de vida de um grupo de pessoas, o seu plano global de vida. A cultura é, então, tudo o que aprendem e partilham os elementos integrantes de uma comunidade que vive em sociedade.
Em termos de marketing, podemos diferenciar dois tipos de componentes da cultura:
-          Materiais:  referem-se a todos os produtos e serviços que são gerados e consumidos.
-          Não materiais: aqui englobam-se as ideias, os costumes, crenças, hábitos das pessoas. Assim, a cultura não material representa a forma como os consumidores compram e procuram novos produtos e melhor qualidade.
Segundo Ariano Suassuna: “Cultura é o conjunto de procedimentos pelos quais o ser humano, como um todo, coletivamente se afirma perante a natureza. Dentro dessa definição, tudo que não for natureza é objeto de cultura. Por exemplo, um monte de barro é um objeto da natureza, mas se você pega esse barro e faz um tijolo é objeto de cultura. Agora, por um lado mais restrito, são as atividades humanas ligadas às artes e às ciências humanas.
Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa,16 de junho de 1927) é um dramaturgo,romancista e poeta brasileiro.Ariano Suassuna, um defensor da cultura do Nordeste, é um dramaturgo brasileiro, autor de Auto da Compadecida e A Pedra do Reino. Estudou direito e filosofia.
Os meios mais habituais de transmissão da cultura são:
-          A família, através de uma série de valores e costumes;
-          As instituições educativas e religiosas que inculcam o que é correcto e ético;
-          Os meios de comunicação, que diariamente emitem uma multitude de sinais através da publicidade sobre o que é socialmente bem visto e aceite.
A Cultura é inventada. Não surgiu do nada, foi criada por uma inter-relação de indivíduos que põem em comum ideias e habilidades determinadas. Esta invenção consta de três elementos interdependentes:
-          Um sistema ideológico ou componente mental constituído por crenças, valores, costumes que o homem aceita ao definir o correcto ou o incorrecto;
-          Um sistema tecnológico: habilidades, artes e ofícios que lhe permitem fabricar bens materiais;
-          Um sistema organizativo para coordenar eficientemente a conduta de um indivíduo com os demais.
A Cultura é aprendida. Não inclui respostas e predisposições hereditárias. Sem embargo, devido ao fato de, na sua maioria, o comportamento humano ser mais aprendido que inato, a cultura afeta uma ampla gama de comportamentos. É transmitida inconscientemente, especialmente nos primeiros anos de vida. Pode também ser transmitida por influências externas que provêm das amizades.
Distinguem-se três tipos de aprendizagem cultural:
-          Formal, inculca-se na infância no ambiente familiar;
-          Informal, aprende-se pela observação e inter-relação com o ambiente;
-          Técnico, vem dos ensinamentos dos professores no ambiente académico.
A Cultura é partilhada socialmente. É um fenómeno de grupo, entendendo como tal desde a sociedade até à família. Para que seja partilhada socialmente é necessário que seja aceita pela maioria da sociedade. Isto implica que os indivíduos que não possuem certos aspectos culturais podem assumir o risco de serem rejeitados.
A Cultura é diferenciadora. As culturas partilham certas semelhanças, mas também podem ter grandes diferenças, o que dá lugar à diversidade cultural.
A Cultura é adaptativa. Altera-se de uma maneira gradual e constante, em algumas sociedades muito lentamente, e noutras com grande rapidez.
A Cultura é organizada e integrada. Toda a cultura é coerente. Comportamo-nos, pensamos e sentimos de uma maneira consistente com a de outros membros de uma mesma cultura porque parece “natural” ou “correcto” fazê-lo.
A Cultura tem um carácter prescritivo. É constituída por normas e directrizes da sociedade que determinam qual é o comportamento apropriado segundo as circunstâncias, logo constituem padrões de conduta que se não forem cumpridos acarretam “sanções” e “castigos”
A cultura é dinâmica e é alterada ao longo do tempo.
Os valores orientados por outros reflectem uma visão da sociedade acerca das relações adequadas entre indivíduos e grupos dentro dessa sociedade.
Etnocentrismo
O etnocentrismo é a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo social, que se considera o sistema de referência, julga outros indivíduos ou grupos à luz dos seus próprios valores. Pressupõe que o indivíduo, ou grupo de referência, se considere superior àqueles que ele julga, e também que o indivíduo, ou grupo etnocêntrico, tenha um conhecimento muito limitado dos outros, mesmo que viva na sua proximidade.
Relativismo cultural
Princípio que afirma que todos os sistemas culturais são intrinsecamente iguais em valor, e que os aspectos característicos de cada um têm de ser avaliados e explicados dentro do contexto do sistema em que aparecem.
Alteridade
A palavra alteridade possui o significado de se colocar no lugar do outro na relação interpessoal, com consideração, valorização, identificação e dialogar com o outro.
A pratica da alteridade se conecta aos relacionamentos tanto entre indivíduos como entre grupos culturais religiosos, científicos, étnicos, etc.
 “Ou aprendemos a viver como irmãos, ou vamos morrer juntos como idiotas”(Martin Luther King).
Na realidade, não existe a cultura, no singular, mas culturas, no plural, pois os sistemas que compõem a cultura variam de uma para outra.
A Filosofia se interessa por todas as manifestações culturais, pois, como escreveu o filósofo Montaigne, “nada do que é humano me é estranho”. 
Existem diversas culturas, já que existem diversas maneiras de agir e de interpretar o mundo, dando sentido às coisas. Essas culturas mantêm contato entre si, mas nem sempre esse contato é algo de que todos saem ganhando, porque muitas culturas se sentem superiores a outras, o que implica diversas maneiras de ver o mundo. A principal área de conhecimento que estuda outras culturas chama-se Antropologia. Por ela, aprendemos não apenas o que é o etnocentrismo, mas a importância de pensar o outro como diferente de nós, como alguém que tem muito a ensinar e muito a aprender conosco. Para que isso ocorra e reduzam-se as tensões entre diferentes culturas, temos de dar o passo mais importante, na direção do relativismo.  Por isso, todo julgamento que fazemos decorre de nossa cultura. Agora, é hora de perceber a diferença entre opinião e cultura. Opinião é uma fala pessoal, enquanto a cultura precede as opiniões e é partilhada por um grupo de pessoas. Outro problema importante surge quando nos colocamos uma questão simples: como agir, em relação aos outros? A maneira mais recomendada é pela alteridade, isto é, pela valorização de tudo aquilo que é do outro e diferente de nós.








TEXTO 2 FILOSOFIA E ARTE



O QUE É ARTE?
QUEM DETERMINA?
TUDO QUE É BELO É ARTE?
O ramo da filosofia a que se dá o nome de «estética» inclui um conjunto de conceitos e de problemas tão variados. Uma maneira de desfazer tal impressão é começar por esclarecer que a estética é a disciplina filosófica que se ocupa dos problemas, teorias e argumentos acerca da arte. A estética é, portanto, o mesmo que filosofia da arte.
Estética (do grego αισθητική ou aisthésis: perceber, sentir) é um ramo da filosofia que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e as emoções estéticas, bem como as diferentes formas de arte, do trabalho artístico; idéia de obra de arte e de criação; relação entre matérias e forma nas artes; toda a realidade, de todos os seres.
A Aesthesis, como uma dimensão própria do homem, tem despertado, desde a Grécia antiga, interesse e preocupação no ser por aquilo que, efetivamente, o agrada. Essa disposição ao questionamento do belo, a busca incessante pela compreensão e delimitação do conceito de beleza move a estética no transpassar da vida humana como disciplina filosófica, como mera fruição, como criação, como um ideal ou como uma ruptura
Arte é um fazer. A Arte é um conjunto de atos pelos quais se muda, se forma se transforma a matéria oferecida pela cultura e pela natureza. Ernst Gombrich, famoso historiador de arte, afirmou que:
        “nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas ” (A História da Arte, LTC ed.).
Ernst Hans Josef Gombrich (Viena, 30 de março de 1909  Londres, 3 de novembro de 2001) foi um dos mais célebres historiadores da arte do século XX, especialmente por seus estudos sobre o renascimento.É o autor de um dos livros mais populares dentre os adotados pelas instituições de ensino de História da Arte, em vários países: The Story of Art (A História da Arte), publicado pela primeira vez em 1950

A palavra latina ars, matriz do português arte, está na raiz do verbo articular, que denota a ação de fazer junturas entre as parte de um todo.A arte se desenvolve em um espaço e em um tempo próprio
A arte (do Latim ars, significando técnica ou habilidade) normalmente é entendida como a atividade ligada a manifestações de ordem estética por parte do ser humano. A definição de arte, no entanto, é fruto de um processo sócio-cultural e depende do momento histórico em questão, variando bastante ao longo do tempo. Originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades. Esse é o sentido usado em termos como "artes marciais". No sentido moderno, também podemos incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade artística. Os maiores artistas Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Vincent Van Gogh, Paul Cézanne, marcaram gerações, evoluindo a arte em séculos em séculos.
História da arte, sociologia da arte, filosofia da arte, tudo isso coloca um problema epistemológico prévio. Por que o Homem se interessa por certos fatos únicos no tempo.? Por que se interessa pelo passado e sobretudo em que se interessa no passado. Como ligar o estudo dos fatos de consciência à localização histórica e à sua infra-estrutura.
         A estética pode ser, o que de resto é mostrado pela sua história, uma de três coisas: teoria do belo, teoria do gosto ou Filosofia da arte.
Em primeiro lugar, tanto a teoria do belo como a teoria do gosto dirigem o seu interesse de forma particular para as obras de arte. Para além do problema de saber o que é o belo, um dos problemas colocados pela teoria do belo é o da distinção entre o belo natural e o belo artístico. No mesmo sentido também os defensores da teoria do gosto procuraram compreender porque é que a arte está na origem de grande parte dos nossos juízos de gosto.
Em segundo lugar, a teoria do belo e a teoria do gosto não conseguem dar conta de muitos dos problemas que se colocam com o conceito de arte. É o caso das obras de arte que dificilmente podemos considerar belas e daquelas de que não gostamos mas não podemos deixar de considerar obras de arte.
Em terceiro lugar, o desenvolvimento da arte consegue levantar problemas acerca dos conceitos de belo e de gosto que estes não conseguem levantar acerca da arte. Isso torna-se evidente quando, por exemplo, os gostos e a própria noção de belo se podem modificar à medida que contatamos com diferentes obras de arte (a idéia de que a arte educa os gostos e influencia a nossa própria noção de belo).
Definições explícitas de «arte»: as teorias essencialistas
Teoria da arte como imitação: Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo.
Teoria da arte como expressão: Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e emoções do artista.
Teoria da arte como forma significante: Uma obra é arte se, e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas.
Nenhuma das teorias aqui discutidas parece satisfatória. Tendo reparado nas insuficiências das teorias essencialistas, alguns filósofos da arte, como Morris Weitz, abandonaram simplesmente a idéia de que a arte pode ser definida.
(Morris Weitz (pronuncia-se / wi ː ts / ; 24 de julho de 1916 - 01 de fevereiro de 1981) foi um americano esteticista )
... outros, como George Dickie, apresentaram definições não essencialistas da arte, apelando, nesse sentido, para aspectos extrínsecos à própria obra de arte;
George Dickie (nascido em 1926 em Palmetto, Florida ) é um professor emérito de Filosofia na Universidade de Illinois em Chicago e é um influente filósofo de arte que trabalham na tradição analítica.
outros ainda, como Nelson Goodman, concluíram que a pergunta «O que é arte?» deveria ser substituída pela pergunta mais adequada «Quando há arte?».
Nelson Goodman (1906-25 de Novembro de 1998), foi um filósofo estadunidense. Aluno de Harvard, Nelson Goodman doutorou-se em Filosofia em 1941
Serão estas teorias melhores do que as anteriores? Aí está uma boa razão para não darmos por terminada esta tarefa.


Há diversos deuses apresentados pela mitologia grega, o “principal” deles é Zeus que seria o “deus dos deuses” para os gregos antigos. Apollo e Dioniso, dois desses deuses da mitologia grega são tratados por Nietzsch de uma maneira bastante interessante e que contribui de maneira “espetacular” para a compreensão de sua obra, especialmente e especificamente citados em “O nascimento da tragédia” (1872). A arte grega tem origem além do homem e representa “forças” que estão presentes no Mundo.
Um dos aspectos importantes para a compreensão da “explanação” que segue, é entendermos que os deuses gregos, diferentemente do Deus da tradição judaica-cristã, são imanentes à Natureza, eles não estão fora dela; esses deuses têm um grau de pertencimento intrínseco e nascem junto com o “cosmos” diferentemente do Deus Judaico-cristão que está fora do universo e o cria para o homem.  
Portanto a Physis (“física”) grega, tem um sentido bem diferenciado de como é considerada a nossa natureza desde o período da modernidade em diante (século XV); a physis grega era qualitativa e não quantitativa como é estudada a “nossa natureza” , podemos dizê-la como aquilo que se mostra, o que aparece, o que brilha. O Thauma, o espanto, a perplexidade, admiração, estarrecimento, maravilhamento, estranhamento, que aparece na Natureza é um dos aspectos que nos seus primórdios levaram os homens à filosofia inicial e assim os primeiros filósofos são tratados como os filósofos da natureza ou physis. A physis e a filosofia são instâncias em que o thauma aparece. (1)
Uma das questões aos olhos de Nietzsche é que a Arte Apolínea surge da “alegre, necessidade da imagem”. Mas a imitação da natureza pelos gregos era totalmente diferente da imitação dessa natureza pelos modernos. Com os modernos a natureza se torna objeto. Nos gregos e por exemplo em Heráclito se dizia que a physis ama se ocultar.
Apolíneo-dionisíaco é uma expressão relativa ao que vem dos deuses: Apolo e Dioniso – expressão popularizada e tratada por Nietzsche como um contraste no livro ‘O nascimento da tragédia”, entre o espírito da ordem, da racionalidade e da harmonia intelectual, representado por Apolo, e o espírito da vontade de viver espontânea e extasiada, representado por Dioniso. Conforme diz Blackburn no verbete apolíneo/dionisíaco.
Um quadro das distinções corriqueiramente apresentadas entre Apolo e Dioniso, embora não retratem “verdadeiramente” suas essências, podem ser descritas da maneira que segue.
Apolo:
Bela Aparência; Sonho; Forma (limite); Princípio de individuação; Resplandecente; Ordem; Serenidade; etc.
Dioniso:
Música; Embriaguez; Uno Primordial (não há forma, sem limite); Indiferenciação; Essência; Desmedida; Domínio Subterrâneo; etc.
O homem constitui um elo com o mundo. Não deveríamos nos afastar dessa realidade que era vivenciada na época antiga. “O Nascimento da tragédia” apresentado por Nietzsche, parece prever o que ocorreria com o homem 1 século depois desse livro ser publicado, hoje o homem evita toda a finitude e a “realidade” que é mostrada na tragédia grega. O homem dos nossos dias não aceita sofrer, não enfrentar a dor, não aceita a angústia, procura afastar-se de “todo mal” através de medicamentos e mais “medicamentos”, foge de tudo e de todos, utiliza-se de um movimento desenfreado, da agitação, das “atividades”, evita a solidão, não dá tempo para si próprio, tem medo do “real;” e o pior é que a “normalidade” da sociedade é uma loucura assustadora. A propósito: Quem é “louco”? Quem é “sano”?

Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 Weimar, 25 de Agosto de 1900) foi um influente filósofo alemão do século XIX.
Friedrich Nietzsche nasceu em 1844 na Alemanha numa cidade conhecida por Röcken. A sua família era luterana e o seu destino era ser pastor como seu pai. Nietzsche perde a fé durante a adolescência, e os estudos de filologia combatem com o que aprendeu sobre teológia: Durante os seus estudos na universidade de Leipzig, a sua vocação filosófica cresce. Foi um aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, e aos 25 anos é nomeado professor de Filologia na universidade de Basiléia.
A cultura ocidental e suas religiões assim como a moral judaico-cristã foram temas comuns em suas obras. Nietzsche se apresenta como alvo de muitas críticas na história da filosofia moderna
Em 1871, publicou O Nascimento da Tragédia, a respeito da qual se costuma dizer que o verdadeiro Nietzsche fala através das figuras de Schopenhauer e de Wagner. Nessa obra, considera Sócrates (470 ou 469 a.C.-399 a.C.) um "sedutor", por ter feito triunfar junto à juventude ateniense o mundo abstrato do pensamento. A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido sua perfeição pela reconciliação da "embriaguez e da forma", de Dioniso e Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, foi invadida pelo racionalismo, sob a influência "decadente" de Sócrates. Assim, Nietzsche estabeleceu uma distinção entre o apolíneo e o dionisíaco: Apolo é o deus da clareza, da harmonia e da ordem; Dioniso, o deus da exuberância, da desordem e da música. Segundo Nietzsche, o apolíneo e o dionisíaco, complementares entre si, foram separados pela civilização. Nietzsche trata da Grécia antes da separação entre o trabalho manual e o intelectual, entre o cidadão e o político, entre o poeta e o filósofo, entre Eros e Logos. Para ele a Grécia socrática, a do Logos e da lógica, a da cidade-Estado, assinalou o fim da Grécia antiga e de sua força criadora.



Nenhum comentário:

Postar um comentário